quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A vara e o peixe



Nas eleições para presidente se discutiu muito a questão do bolsa família como a ação do governo de maior visibilidade .O bolsa família um instrumento eleitoreiro para alguns ou uma falta de alternativas para outros?Um forma de acomodação social e perpetuação do estado social do beneficiado?São argumentos contrários que surgem de uma maneira desenfreada , mas não em si pela potencialidade  social do programa, mas pelo peso eleitoreiro.A capacidade do bolsa família ser um instrumento político para ganhar votos.
Todo esse debate em torno do Bolsa família sempre é movido por  um partidarismo fora da realidade e que transforma o tema  em um assunto sem fim.No entanto, o grande objetivo não é descrever o bolsa família como um suposto referencia do governo Lula,até porque o Bolsa família têm sua semente no governo anterior de FHC e que foi ampliado no governo Lula.Mas, visibilizar outro aspecto do dois mandatos de Lula que foi o principal e mais eficiente de todos os outros programas.Antes do governo Lula era muito mais difícil chegar a um faculdade.Mas seu governo criou mecanismos, ainda em processo, de corrigir injustiças e distorções no acesso a educação.Nunca se teve tanta facilidade de estudar como hoje.E os programas estão ai, o FIES, o PROUNI, O ENEM, são grandes avanços que facilitaram a vida de milhões de jovens a ter acesso a uma faculdade.Jovens sem condições econômicas, desprovido de uma base econômica  justa para competir no mercado  ganharem qualificação para seguir uma carreira profissional.Lula foi o presidente que não deu apenas o peixe, deu a vara.Deu condições para ir adiante, realizar sonhos e compartilhar um sonho mais efetivo e menos ilusório
 O passo que Lula ajudou a construir de mais importante foi o acesso a educação superior.Um legado que vai ajudar a formar uma nova geração de jovens capacitados para construir uma nova realidade sócio-econômica e corrigir injustiças.A educação  como o meio mais eficaz de diminuir  diferenças e criar meios para um crescimento econômico sólido
Então com todo mérito o governo de Lula vai ficar lembrado como aquele que deu condições para quem não têm acesso ao tão sonhado nível superior.Com todo mérito, com toda Justiça, o Presidente Lula entra para Historia como  aquele que deu um passo na democratização do ensino superior.E isso é corroborado por milhares de jovens em todos os cantos do território nacional que hoje estão estudando graças a esses programas.Portanto, ele não apenas fez para o hoje, como semeou para amanhã.Ele não apenas deu o peixe, deu a vara.Isso fez toda diferença.Issou mudou o perfil de uma geração.Esse será o legado de Lula para posteridade.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Três mitos sobre a eleição de Dilma


Enquanto o País vai se acostumando à vitória de Dilma Rousseff, uma nova batalha começa. Nem é preciso sublinhar quão relevante, ojetivamente, é o fato de ela ter vencido a eleição, nas condições em que aconteceu. Ela é a presidente do Brasil e, contra este fato, não há argumentos.
Sim e não. Porque, na política, nem sempre os fatos e as versões coincidem. E as coisas que se dizem a respeito deles nos levam a percebê-los de maneiras muito diferentes.
Nenhuma versão muda o resultado, mas pode fazer com que o interpretemos de forma equivocada. Como consequência, a reduzir seu significado e lhe diminuir a importância. É nesse sentido que cabe falar em nova batalha, que se trava em torno dos porquês e de como chegamos a ele.
Para entender a eleição de Dilma, é preciso evitar três erros, muito comuns na versão que as oposições (seja por meio de suas lideranças políticas, seja por seus jornalistas ou intelectuais) formularam a respeito da candidatura do PT desde quando foi lançada. E é voltando a usá-los que se começa a construir uma versão a respeito do resultado, como estamos vendo na reação da mídia e os “especialistas” desde a noite de domingo.
O “economicismo”
O primeiro erro a respeito da eleição de Dilma é o mais singelo. Consiste em explicá-la pelo velho bordão “é a economia, estúpido!”
É impressionante o curso que tem, no Brasil, a expressão cunhada por
James Carville, marqueteiro de Bill Clinton, quando quis deixar clara a
ênfase que propunha para o discurso de seu cliente nas eleições
norte-americanas de 1992. Como o país estava mal e o eleitorado andava insatisfeito com a economia, parecia evidente que nela deveria estar o foco do candidato da oposição.

Era uma frase boa naquele momento, mas só naquele. Na sucessão de
Clinton, por exemplo, a economia estava bem, mas Al Gore, o candidato democrata, perdeu, prejudicado pelo desgaste do presidente que saía. Ou seja, nem sempre “é a economia, estúpido!”
Aqui, as pessoas costumam citar a frase como se fosse uma verdade
absoluta e a raciocinar com ela a todo momento. Como nas eleições que concluímos, ao discutir a candidatura Dilma.
É outra maneira de dizer que os eleitores votaram nela “com o bolso”.
Como se nada mais importasse. Satisfeitos com a economia, não pensaram em mais nada. Foi o bolso que mandou.

Esse reducionismo está equivocado. Quem acompanhou o processo de decisão do eleitorado viu que o voto não foi unidimensional. As pessoas, na sua imensa maioria, votaram com a cabeça, o coração e, sim, o bolso, mas este apenas como um elemento complementar da decisão. Nunca como o único critério (ou o mais importante).
A “segmentação”
O segundo erro está na suposição de que as eleições mostraram que o
eleitorado brasileiro está segmentado por clivagens regionais e de
classe. Tipicamente, a tese é de que os pobres, analfabetos, moradores de cidades pequenas, de estados atrasados, votaram em Dilma, enquanto ricos, educados, moradores de cidades grandes e de estados modernos, em Serra.

Ainda não temos o mapa exato da votação, com detalhe suficiente para testar a hipótese. Mas há um vasto acervo de pesquisas de intenção de voto que ajuda.
Por mais que se tenha tentado, no começo do processo eleitoral, sugerir que a eleição seria travada entre “dois Brasis”, opondo, grosso modo, Sul e Sudeste contra Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os dados nunca disseram isso. Salvo no Nordeste, as distâncias entre eles, nas demais regiões, nunca foram grandes.
Também não é verdade que Dilma foi “eleita pelos pobres”. Ou afirmar que Serra era o “candidato dos ricos”. Ambos tinham eleitores em todos os segmentos socioeconômicos, embora pudessem ter presenças maiores em alguns do que em outros.
As diferenças no comportamento eleitoral dos brasileiros dependem mais de segmentações de opinião que de determinações materiais. Em outras palavras, há tucanos pobres e ricos, no Norte e no Sul, com alta e com baixa escolaridade. Assim como há petistas em todas as faixas e nichos de nossa sociedade.Dilma venceu porque ganhou no conjunto do Brasil e não em razão de um segmento.
O “paternalismo”
O terceiro erro é interpretar a vitória de Dilma como decorrência do
“paternalismo” e do “assistencialismo”. Tipicamente, como pensam alguns,como fruto do Bolsa Família.

Contrariando todas as evidências, há muita gente que acha isso na
imprensa oposicionista e na classe média antilulista. São os que creem
que Lula comprou o povo com meia dúzia de benefícios.
As pesquisas sempre mostraram que esse argumento não se sustenta. Dilmatinha, proporcionalmente, mais votos que Serra entre os beneficiários do programa, mas apenas um pouco mais que seu oponente. Ou seja: as pessoas que tinham direito a ele escolheram em quem votar de maneira muito parecida à dos demais eleitores. Em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, os candidatos do PSDB aos governos estaduais foram eleitos com o voto delas.

Os três erros têm o mesmo fundamento: uma profunda desconfiança na capacidade do povo. É o velho preconceito de que o “povo não sabe votar” ue está por trás do reducionismo de quem acha que foi a barriga cheia que elegeu Dilma. Ou do argumento de que foram o atraso e a ignorância da maioria que fizeram com que ela vencesse. Ou de quem supõe que a pessoa que recebe o benefício de um programa público se escraviza.É preciso enfrentar essa nova batalha. Se não, ficaremos com a versão dos perdedores
.Marcos Coimbra Sociólogo e Presidente do instituto vox Populi

ORGASMO: A BUSCA INCESSANTE DA VIDA MODERNA

TRISTEZAS E ALEGRIAS

Lula defende manter Guido Mantega e Henrique Meirelles no governo Dilma


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já aconselhou a sucessora, Dilma Rousseff, a manter Guido Mantega no Ministério da Fazenda e Henrique Meirelles no comando do Banco Central.
Apesar de Lula dizer publicamente que não interferirá no governo Dilma, mas ele já teve algumas conversas com ela sobre a formação do ministério.
Lula disse a Dilma que acha que deu certo a "dobradinha" entre Mantega, tido como mais desenvolvimentista, e Meirelles, mais conservador, na crise econômica internacional de 2008/ 2009.
Para Lula, a manutenção dos sinalizaria uma continuidade que acalmaria o mercado financeiro numa hora de preocupante valorização do real em relação ao dólar e de possibilidade de guerra cambial entre os países.
Meirelles seria um indicador da permanência do conservadorismo light adotado por Lula na política econômica. Já Mantega atenderia aos que pedem contraponto aos defensores de maior ortodoxia fiscal e monetária.
Além disso, há a avaliação de que a eventual manutenção de apenas um deles acabaria por chancelar um lado da disputa. Apesar do acerto na crise, há histórico anterior de embates entre os dois.
O petista também deu conselho a Dilma sobre o destino de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e coordenador da campanha dela.
Lula gostaria que Palocci chefiasse a Casa Civil e que fosse o chefe da transição da parte do novo governo --função que já cumpriu em 2002.
Palocci, que caiu no episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo, é muito identificado com Lula. Há setores no PT que bombardeiam a ida de Palocci para cargo tão poderoso, sob o argumento de que ele seria uma sombra para Dilma.
Essas alas petistas defendem Palocci na Saúde, mas ele não gosta da ideia.
Se Palocci não for para a Casa Civil, crescem, nessa ordem, as chances de Paulo Bernardo (Planejamento) e de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) de ocupar o posto. Bernardo está alguns pontos à frente. Dilma gosta de Padilha, também cotado para ser o novo chefe de gabinete da Presidência.
Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, deve ocupar a pasta dos Direitos Humanos ou outro cargo no Palácio do Planalto, como a Secretaria-Geral.
Um auxiliar direto de Lula avalia que é significativa a possibilidade de Dilma seguir os conselhos do atual presidente. Mas afirma que os dois deverão, publicamente, evitar tratar do ministério porque já ocorrem pressões de petistas e aliados por cargos no novo governo. Ela já disse a auxiliares que não pretende anunciar logo nomes do primeiro escalão.
Numa estratégia de ocupação de espaço, Meirelles prefere ir para um ministério e indicar o sucessor no BC.
O atual presidente do BC defende Alexandre Tombini, diretor de Normas da instituição. A cúpula do PMDB já recebeu pedido de Meirelles para indicá-lo para a Fazenda, mas Dilma resiste. É mais provável que ela peça para Meirelles ficar onde está.
Apesar da sugestão de Lula a favor de Mantega, Dilma também pensa em Luciano Coutinho --atual presidente do BNDES-- para a Fazenda.
O deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), coordenador jurídico da campanha, é cotado para o Ministério da Justiça ou para a vaga em aberto no STF (Supremo Tribunal Federal). Na Petrobras, é dada como certa a manutenção de Sérgio Gabrielli.

PSDB triunfa em 8 Estados, e oposição comandará 52,3% do eleitorado brasileiro

A oposição, composta por PSDB e DEM, vai administrar 52,3% do eleitorado brasileiro.
Derrotado na corrida à Presidência, o PSDB saiu das eleições como o campeão na disputa pelos Estados (oito vitórias) e terá, a partir de janeiro, quase metade do eleitorado brasileiro sob sua administração --64,2 milhões, que representam 47,5% do total.
A conquista tucana nos Estados torna-se um contrapeso à vitória de Dilma Rousseff (PT), que contará com apoio certo de 16 governadores _o PMN, vencedor no Amazonas, estava na chapa de José Serra (PSDB).
Os tucanos já haviam faturado a eleição no primeiro turno em quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, sendo os dois primeiros os maiores colégios eleitorais do país.
A esse cinturão no Centro-Sul do mapa somaram-se vitórias em mais quatro praças ontem: Alagoas, Pará, Goiás e Roraima.
O resultado está acima dos prognósticos mais otimistas feitos pelo comando do partido no início da campanha, cuja expectativa era faturar no máximo seis Estados.
Em números, é o melhor desempenho da sigla desde 1994 (52% dos eleitores), quando houve uma onda nos Estados alavancada pela eleição de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2006, conseguiu 43%.
A oposição faturou no primeiro turno em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte, com o DEM.
O PT teve crescimento discreto, de 13,5% para 15,7%, ganhando em quatro Estados (AC, BA, RS e SE) e no Distrito Federal. Além da reeleição na Bahia, a grande vitória petista foi no Rio Grande do Sul.
Maior partido do Brasil, o PMDB encolheu e comandará 15,3% do eleitorado, ante 22,8% há quatro anos. A legenda administrará cinco Estados (MA, MS, MT, RJ e RO).
Outro destaque destas eleições é o PSB, que termina com seis vitórias (PB, CE, PE, ES, PI e AP), totalizando 14,8% do eleitorado. A força dos "socialistas" está concentrada no Nordeste.
O triunfo da oposição na geopolítica do país é, entretanto, relativizado pela ampla maioria que Dilma terá no Congresso.
De largada, a petista conta com 311 dos 503 deputados. Mas, se tomado o arco de partidos que hoje apoiam o governo Lula, ela teria uma base de 402 parlamentares _a maior desde a redemocratização do Brasil.
Os principais alvos de negociação do futuro governo Dilma serão PP, PTB e PV, que optaram por não se coligarem formalmente à chapa dela ao Planalto.
No Senado, a petista também terá maioria confortável, que variaria hoje entre 52 e 60 das 81 cadeiras.