quarta-feira, 26 de setembro de 2012

UMA BREVE HISTORIA DO BRASIL

     

Em 'Uma breve história do Brasil', Mary Del Priore e Renato Venancio percorrem a história do Brasil desde quando ainda era a ilha de Vera Cruz até o século XXI. Por meio dos capítulos, os autores narram quais eram os hábitos dos povos que fizeram do passado o presente brasileiro - o que comiam, como se vestiam, em que deuses acreditavam, o que temiam e o que amavam. A partir da descrição dessas curiosidades, abordam as estruturas política, econômica e social e sua evolução no tempo até os dias modernos.

domingo, 16 de setembro de 2012

Livro A Imaginação Econômica





(Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Companhia das Letras, 602 páginas, 54,50 reais) A autora de Uma Mente Brilhante, biografia do matemático John Forbes Nash Jr. que inspirou o filme de mesmo nome, se volta aqui, com toda a bagagem e — por que não dizer — coração, para a economia, área em que é mestre e que cobriu em veículos como o jornal The New York Times. Em um livrão de 602 páginas, 16 delas recheadas de fotografias, a jornalista alemã radicada nos Estados Unidos Sylvia Nasar relembra a trajetória das ideias econômicas nos últimos duzentos anos, passando por nomes obrigatórios como Marx, Amartya Sen e Keynes. E mostrando como a evolução da economia nos tornou mais livres e socialmente justos, resultado de uma ideia que se desenvolveu na Londres vitoriana e de lá vem se espalhando e modificando o mundo.




o poder dos quietos


Nossas vidas são moldadas tão profundamente pela personalidade quanto pelo gênero ou código genético. E o aspecto mais importante da personalidade --"o norte e o sul do temperamento", como diz um cientista-- é onde cada um se localiza no espectro introversão-extroversão.
Nosso lugar nesse contínuo influencia como escolhemos amigos e colegas, como levamos uma conversa, resolvemos diferenças e demonstramos amor. Afeta a carreira que escolhemos e se seremos ou não bem-sucedidos nela. Governa o quanto temos tendência a nos exercitar, a cometer adultério, a funcionar bem sem dormir, a aprender com nossos erros, a fazer grandes apostas no mercado de ações, a adiar gratificações, a ser bons líderes e a perguntar: "E se?"
Divulgação
A escritora Susan Cain, autora do livro "O Poder dos Quietos"
A escritora Susan Cain, autora do livro "O Poder dos Quietos"
Isso se reflete nos caminhos do nosso cérebro, nos neurotransmissores e nos cantos mais remotos do nosso sistema nervoso. Atualmente, introversão e extroversão são dois dos aspectos mais pesquisados na psicologia da personalidade, despertando a curiosidade de centenas de cientistas.
Apesar de descobertas animadoras, esses pesquisadores, auxiliados pela tecnologia mais avançada, fazem parte de uma longa e histórica tradição. Poetas e filósofos têm pensado sobre introvertidos e extrovertidos desde o início dos tempos. Os dois tipos de personalidade aparecem na Bíblia e nos escritos de doutores gregos e romanos, e alguns psicólogos evolucionistas dizem que a história desses comportamentos vai muito além: o reino animal também apresenta "introvertidos" e "extrovertidos", como veremos, de moscas da fruta a peixes e macacos.
Como outros pares complementares --masculinidade e feminilidade, Ocidente e Oriente, liberais e conservadores--, a humanidade seria irreconhecível, e imensamente diminuída, sem os dois estilos de personalidade.
Veja a parceria de Rosa Parks e Martin Luther King Jr.: um formidável orador recusando-se a ceder seu lugar em um ônibus segregado não causaria o mesmo efeito de uma mulher modesta que claramente preferiria manter-se em silêncio, não fosse o que a situação exigia. E Parks não teria o necessário para eletrizar uma multidão se tivesse tentado se levantar e anunciar que tinha um sonho. Mas com a ajuda de Martin Luther King, ela não precisou fazê-lo.
ESTILOS
No entanto, hoje abrimos espaço para um número notavelmente limitado de estilos de personalidade. Dizem que para sermos bem-sucedidos temos que ser ousados, que para sermos felizes temos que ser sociáveis.
Vemo-nos como uma nação de extrovertidos --o que significa que perdemos de vista quem realmente somos. Dependendo de que estudo você consultar, de um terço a metade dos norte-americanos é introvertido-- em outras palavras, uma em cada duas ou três pessoas que você conhece. (Considerando que os EUA estão entre as nações mais extrovertidas, o número deve ser pelo menos tão alto quanto em outras partes do mundo.) Se você não for um introvertido, certamente está criando, gerenciando, namorando ou casado com um.
Divulgação
A escritora Susan Cain, autora de "O Poder dos Quietos", na conferência TED2012, em Long Beach, nos EUA
A escritora Susan Cain, autora de "O Poder dos Quietos", na conferência TED2012, em Long Beach, nos EUA
Se essas estatísticas o surpreendem, provavelmente é porque muitas pessoas fingem ser extrovertidas. Introvertidos disfarçados passam batido em parquinhos, vestiários de escolas e corredores de empresas. Alguns enganam até a si mesmos, até que algum fato da vida --uma dispensa, a saída dos filhos de casa, uma herança que permite que passem o tempo como quiserem-- os leva a avaliar sua própria natureza.
Você só precisa abordar o tema deste livro com seus amigos e conhecidos para descobrir que mesmo as pessoas mais improváveis consideram-se introvertidas.
Faz sentido que tantos introvertidos escondam-se até de si mesmos. Vivemos em um sistema de valores que chamo de "ideal da extroversão" --a crença onipresente de que o ser ideal é gregário, alfa, sente-se confortável sob a luz dos holofotes. O típico extrovertido prefere a ação à contemplação, a tomada de riscos à cautela, a certeza à dúvida. Ele prefere as decisões rápidas, mesmo correndo o risco de estar errado. Ele trabalha bem em equipes e socializa em grupos.
Gostamos de acreditar que prezamos a individualidade, mas muitas vezes admiramos um determinado tipo de indivíduo --o que fica confortável sendo o centro das atenções. É claro que permitimos que solitários com talento para a tecnologia que criam empresas em garagens tenham a personalidade que quiserem, mas estes são exceções, não a regra, e nossa tolerância estende-se principalmente àqueles que ficaram incrivelmente ricos ou que prometem fazê-lo.
DECEPÇÃO
Introversão --com suas companheiras sensibilidade, seriedade e timidez-- é, hoje, um traço de personalidade de segunda classe, classificada em algum lugar entre uma decepção e uma patologia. Introvertidos vivendo sob o ideal da extroversão são como mulheres vivendo em um mundo de homens, desprezadas por um traço que define o que são. A extroversão é um estilo de personalidade extremamente atraente, mas a transformamos em um padrão opressivo que a maioria de nós acha que deve seguir.
O ideal da extroversão tem sido bem documentado em vários estudos, apesar dessa pesquisa nunca ter sido agrupada sob um único nome. Pessoas loquazes, por exemplo, são avaliadas como mais espertas, mais bonitas, mais interessantes e mais desejáveis como amigas. A velocidade do discurso conta tanto quanto o volume: colocamos aqueles que falam rápido como mais competentes e simpáticas que aqueles que falam devagar.
A mesma dinâmica aplica-se a grupos, em que pesquisas mostram que os eloquentes são considerados mais inteligentes que os reticentes --apesar de não haver nenhuma correlação entre o dom do falatório e boas ideias. Até a palavra "introvertido" ficou estigmatizada --um estudo informal feito pela psicóloga Laurie Helgoe mostrou que os introvertidos descrevem a própria aparência física com uma linguagem vívida ("olhos verde-azulados", "exótico", "maçãs do rosto salientes"), mas quando se pede para descreverem introvertidos em geral eles delineiam uma imagem insossa e desagradável ("desajeitado", "cores neutras", "problemas de pele").
Mas cometemos um erro grave ao abraçar o ideal da extroversão tão inconsequentemente. Algumas das nossas maiores ideias, a arte, as invenções --desde a teoria da evolução até os girassóis de Van Gogh e os computadores pessoais-- vieram de pessoas quietas e cerebrais que sabiam como se comunicar com seu mundo interior e os tesouros que lá seriam encontrados.
Sem introvertidos, o mundo não teria: a teoria da gravidade; a teoria da relatividade; "O Segundo Advento", de W.B. Yeats; Os "Noturnos" de Chopin; "Em Busca do Tempo Perdido", de Proust; Peter Pan; "1984" e "A Revolução dos Bichos, de George Orwell; "O Gato do Chapéu", do Dr. Seuss; Charlie Brown; "A Lista de Schindler", "E.T." e "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", de Steven Spielberg; o Google; Harry Potter.
ESTÍMULOS
Como escreveu o jornalista científico Winifred Gallagher: "A glória da disposição que faz com que se pare para considerar estímulos em vez de render-se a eles é sua longa associação com conquistas intelectuais e artísticas. Nem o E=mc² de Einstein nem 'Paraíso Perdido', de John Milton, foram produzidos por festeiros."
Mesmo em ocupações menos óbvias para os introvertidos, como finanças, política e ativismo, alguns dos grandes saltos foram dados por eles. Figuras como Eleanor Roosevelt, Al Gore, Warren Buffett, Gandhi --e Rosa Parks-- conquistaram o que conquistaram não "apesar de", mas por causa de sua introversão.
Mesmo assim, muitas das mais importantes instituições da vida contemporânea são criadas para aqueles que gostam de projetos em grupo e altos níveis de estímulo. Nas turmas infantis, cada vez mais as mesas das salas de aula são arrumadas em forma de concha, a melhor para encorajar o aprendizado em grupo, e pesquisas sugerem que a grande maioria dos professores acha que o aluno ideal é um extrovertido.
As crianças assistem a programas de TV em que os protagonistas não são crianças como qualquer uma, mas estrelas do rock, por exemplo, como Hannah Montana.
Quando adultos, muitos de nós trabalhamos para empresas que insistem em que trabalhemos em grupo, em escritórios sem paredes, para supervisores que valorizam "um bom relacionamento interpessoal" acima de tudo. Para avançarmos em nossas carreiras, espera-se que nos promovamos descaradamente.
Os cientistas cujas pesquisas conseguem financiamento muitas vezes possuem personalidades confiantes, talvez até demais. Os artistas cujos trabalhos adornam as paredes de museus de arte contemporânea posam de forma a impressionar nos vernissages. Os autores que têm seus livros publicados --tidos no passado como uma raça reclusa-- hoje são avaliados pelos editores para assegurar que possam participar de programas de entrevistas. (Você não estaria lendo este livro se eu não tivesse convencido meu editor de que sou suficientemente pseudoextrovertida para promovê-lo.)
DOR
Se você é um introvertido, também sabe que o preconceito contra os quietos pode provocar uma profunda dor psicológica. Quando criança, pode ter ouvido seus pais se desculparem pela sua timidez. ("Por que você não pode ser mais parecido com os meninos Kennedy?", repetiam constantemente os pais de um homem que entrevistei.) Ou na escola você pode ter sido estimulado a "sair da sua concha" --expressão nociva que não valoriza o fato de que alguns animais naturalmente carregam seu abrigo aonde quer que vão, assim como alguns humanos.
"Ainda ouço todos os comentários da minha infância em minha cabeça, dizendo que eu era preguiçoso, burro, lento, chato", escreveu um membro de uma lista de e-mail chamada Refúgio dos Introvertidos. "Quando eu tive idade suficiente para entender que eu simplesmente era introvertido, a suposição de que algo estava inerentemente errado comigo já era parte do meu ser. Queria encontrar esse vestígio de dúvida e tirá-lo de mim."
Agora que você é um adulto, talvez ainda sinta uma ponta de culpa quando recusa um convite para jantar para ler um bom livro. Ou talvez você goste de comer sozinho em restaurantes, podendo passar sem os olhares de pena dos outros clientes. Ou lhe dizem que você "fica muito na sua cabeça", uma frase muitas vezes utilizada contra os quietos e cerebrais.
É claro que há outro nome para pessoas assim: pensadores



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sábado, 15 de setembro de 2012

È tão fácil assim

    O debate politico tem momentos que assume corpo de fundamentalismo religioso com dogmas , credos e um exercício frágil de uma divinização da ideias pessoais.
    O interessante que a ideia movida por um inclinação passional anula o senso critico e caminha para ridicularização dos próprios argumentos.Chavões religiosos como "paraíso", "inferno" , "céu" e código moral ganha uma roupagem nova no discurso politico como uma doutrina acima do bem e do mal que tem em si a solução de todos os problemas sociais.
    Argumentos simplistas ganha status da única verdade e não consegue ver os pró e contras da realidade que não admite contestação sem uso do sentimento de superioridade(bem traduzido aqui como fuga) para humilhar o contrário.Uma superioridade ilusória porque no fundo conhecemos onde nasce o rio e onde ele vai chegar.E geralmente não sobrevive muito tempo quando sua defesa se torna exercício do poder.
Expectativas exageradas é o produto fértil para novas ilusões.
    Nesse debate desconectado e de um fervor eleitoral de soluções prontas a minha pergunta é: Por que se é tão fácil assim e continuamos com problemas estruturais nos 500 anos de História do Brasil? Se é tão fácil assim por que ninguém nunca fez? Os radicais fervorosos de hoje serão os desiludidos do amanhã
    Portanto o caminho é a sensatez, o debate com racionalidade , porque na atitude passional fundamentalista o problema sempre vai se direcionado para o outro contrariando o sentido da palavra politica.Nesse fervor politico-dogmático, qual será a próxima ideologia criada para uma tentativa inútil de explicar a complexidade de uma sociedade? Ou quem sabe a próxima expectativa exagerada que não sobreviva na confrontação com a realidade do exercício do poder?
   Religião e politica tem sentidos distintos na explicação do fenômeno social humano.Assim como o fundamentalismo religioso é uma aberração, o politico também; pois posições extremas revelam a fragilidade e superficialidade dos argumentos.
Com dados, fatos e a realidade somos conduzidos diariamente para a  prova incontestável da  fragilidade do fundamentalismo partidário politico
Wa

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Morre lentamente de Martha Medeiros

Morre lentamente
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar,morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,não se arrisca a vestir uma nova corou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"

Pensamento da Noite

A experiencia espiritual de hoje é uma busca centralizada por ser abençoado por Deus.O que não deixa se ser uma busca legitima, só que muito pouco para um entendimento pleno da essência do evangelho.Na conta Divina experiência completa não é quanto você foi e é abençoado, mas o quanto você abençoa os outros..

A Res é Pública, mas a Cosa é Nostra


A mistura entre religião e política é nitroglicerina pura. Quem mexe na coisa com displicência ou de maneira inadequada corre riscos de ver a mistura explodir causando danos não raras vezes irreparáveis. Pois essa nitroglicerina entrou de vez, e pela porta dos fundos, diga-se de passagem, no cenário eleitoral da cidade de São Paulo. O noticiário informa que José Serra, candidato do PSDB, recebeu o apoio da Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago. A Igreja Universal do Reino de Deus, com ligações estreitas com o PRB, apóia seu candidato, Celso Russomano. O mesmo fazem as Igrejas Assembleia de Deus (Ministério Santo Amaro) e a Igreja Renascer em Cristo. As igrejas Sara a Nossa Terra, setores dos carismáticos católicos e segmentos dos fiéis dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Mello apóiam o candidato do PMDB, Gabriel Chalita. Notícias de bastidores do mundo gospel divulgadas também pela imprensa paulistana revelam que a coordenação inter-religiosa da campanha de Fernando Haddad teria alinhavado acordo para apresentar o candidato do PT em estande na próxima edição da ExpoCristã, evento evangélico que promove outra mistura letal: religião e negócios.
Os apoios dos religiosos não ocupam apenas as páginas dos jornais e as mídias virtuais. Estão presentes também nos púlpitos das igrejas, notadamente aquelas caracterizadas por lideranças de pendor autoritário – não admitem questionamento e muito menos contestação – no modelo clericalista tipo “a igreja é minha”. Pastores, bispos e apóstolos “abençoam” publicamente seus respectivos candidatos, com direito a orações, discursos e defesas em nome da fé e de Deus. As fronteiras entre templos e praças públicas, púlpitos e palanques, fiéis e eleitorado, guias espirituais e cabos eleitorais foram absolutamente devas sadas. As comunidades de fé são transformadas em currais eleitorais e o antigo “voto de cabresto” foi substituído por algo mais sofisticado, o “voto de cajado”, numa referência ao abuso da autoridade pastoral sobre seus rebanhos.
Não faltam vozes condenando tais alianças entre igrejas e candidatos e partidos políticos. Mas, por que razão a prática é considerada inadmissível? O que existe de errado em uma igreja apoiar a eleição de um candidato com quem poderá contar caso ele seja realmente eleito? Por que razão  o chamado “voto de cajado”, em que as lideranças religiosas manipulam seus rebanhos para a adesão massiva a um candidato é considerada inaceitável? Não basta dizer que “isso não é ético”. É preciso explicar porque.
O voto é um direito e uma responsabilidade do cidadão. Sindicatos, agremiações culturais, ONGs, clubes esportivos, associações da sociedade civil e empresas – embora se organizem para apoiar seus representantes – não votam. Igrejas também não votam. Não existe “voto coletivo”. Quem vota é o cidadão.
“Os deveres cívicos não devem ser encarados como propriedade privada, mas como uma responsabilidade pública”. Esta é a opinião de Michael Sandel, autor do best seller Justiça, baseado em curso homônimo que atualmente ocupa a lista dos mais populares da Universidade de Harvard. “Terceirizar os deveres cívicos significa aviltá-los e tratá-los da maneira errada”, conclui.
A noção de deveres cívicos como responsabilidade pública, defendida por Sandel, afeta o conceito de democracia republicana, que pode ser compreendida pelo menos de duas maneiras. A primeira é derivada do próprio entendimento da expressão: república, res pública, significa “a coisa pública”. A democracia, por sua vez, pode ser compreendida, mesmo com o risco do simplismo, o poder que em ana do povo, é exercido pelo povo, para o bem do povo. Em síntese, democracia republicana é o exercício de administrar a coisa pública de modo a atender os interesses coletivos.
A segunda maneira de compreender a democracia está voltada para tensão das forças entre os diferentes grupos representativos da sociedade. Todos os segmentos da sociedade têm direito e liberdade de associação, expressão e mobilização para a busca dos seus próprios interesses. Em termos mais simples ainda, cada um puxa a brasa para a sua sardinha, e assim a brasa fica espalhada e igualmente dividida para todas as sardinhas. Na prática, isso é cruel. Primeiro, porque  quem não se expressa, não se associa e não se mobiliza, acaba ficando sem brasa para a sua sardinha. Mas também e principalmente porque aqueles que têm mais condições de expressão, associação e mobilização ficam com porções significativas de brasa em suas sardinhas. Quem detém os poderes econômicos, políticos e de comunicação de massa leva vantagem. Em outras palavras, como todos sabemos, sobra para os pobres, que, aliás, nem mesmo sardinhas têm.
O melhor exercício da democracia é mesmo aquele em que cada cidadão está imbuído da busca dos interesses coletivos, independentemente de seus próprios interesses ou de seus grupos respectivos. Em termos ideais, os detentores do poder – em todas as instâncias – deveriam exercê-lo para o bem comum e a promoção da justiça na sociedade. Se a res é pública, todos os cidadãos deveriam dela se beneficiar. A expressão, associação e mobilização na defesa dos interesses particulares de pessoas ou grupos é uma traição aos ideais da democracia republicana.
Quando a igreja se associa e se mobiliza ao redor de candidatos que atendem aos seus interesses, está fazendo o jogo totalitário: governar do meu jeito, de acordo com os meus interesses, aos quais todos devem se ajustar, sob pena de serem banidos do jogo.  O cristão, é, sim, chamado a viver dia a dia a prática de uma fé, que, por se manifestar sempre a favor da justiça, invariavelmente trará, como resultado de sua ação transformadora, conseqüências políticas. Respeitando as individualidades e rechaçando veementemente os maniqueísmos e as manipulações, a igreja é lugar privilegiado para a promoção de  uma nova consciência. Boa parte dos movimentos de transformação social surgiu de profundos compromissos espirituais e motivações religiosas. Desmond Tutu ensinou que “não há nada mais político do que dizer que religião e política não se misturam”. Quem se omite do processo político favorece o status quo e fica refém do poder dominante. Vale a reflexão. Até porque cristãos jamais deveriam se esquecer de que inegavelmente são também seguidores de um prisioneiro político.
Quando a igreja extrapola seu papel social e assume a disposição de “voto coletivo”, rouba do cidadão sua prerrogativa de liberdade de consciência e opção ideológica e político partidária, bem como seu direito inalienável de votar livremente. Nenhum apoio institucional é vazio de interesses particulares. A igreja que apóia um candidato está explicitando sua expectativa de retribuição e recompensa. Em outras palavras, está colocando à venda aquilo que deveria estar fora da lógica de mercado, a saber, o voto e o mandato público.
Essa perversão da democracia representativa, no entanto, é mais antiga que a Grécia. Todos os poderosos a praticam. Vergonhosa e infelizmente, não faltam líderes religiosos que participam do jogo com os mesmos critérios de injustiça e espírito totalitário dos outros atores, comprometidos apenas consigo mesmos e os grupos que sustentam seus privilégios. A comunidade da fé que deveria exercer na sociedade um papel profético e diaconal acaba sendo levada por lideranças pseudo espirituais, que abusam de sua autoridade, se vendem por trinta moedas, e vendem o justo por preço menor do que o dos passarinhos, como já acusou o profeta hebreu. Para esses líderes oportunistas e inescrupulosos, a res é pública, mas a cosa é nostra – com todas as implicações do trocadilho.
Pastor Ed René

Pensamento do Dia

O grande problema do evangelicalismo brasileiro de hoje é confundir poder com vontade.Deus é todo poderoso e pode qualquer coisa.Mas, o cerne da questão não é o que Ele pode e sim o que Ele quer..Em Deus, sua vontade é mais importante do que o seu poder.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Vida Quer É Coragem - a Trajetória de Dilma Rousseff - a Primeira Presidenta do Brasil

A trajetória pessoal da presidenta Dilma Rousseff e a história do Brasil moderno se entrelaçam numa grande reportagem. Do suicídio de Getúlio Vargas, quando era criança, ao golpe de 1964, quando se aproxima das organizações de esquerda. Da clandestinidade, prisão e tortura na ditadura militar, à luta pela anistia e pela redemocratização. O encontro de Dilma com Leonel Brizola, na fundação do PDT, e sua aproximação com Lula, durante o apagão e na campanha eleitoral de 2002. A chefia da Casa Civil, que assume em plena crise do mensalão, os bastidores da reeleição, a luta contra o câncer e a vitória nas eleições de 2010: uma história de resistência, esperança e coragem.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Memórias de um pastor

A história de como me tornei pastor e de como a vocação de pastor fez de mim o que sou.

Eugene Peterson, para muitos um subversivo, cresceu vendo pastores profissionais, religiosos preocupados com planos de marketing e estratégias de crescimento. Como vários de nós, ele gostava da igreja, dos louvores e de quase todas as pessoas, mas detestava os pastores, tão distantes e orgulhosos. Ele sempre teve horror ao pensamento de se tornar um burocrata religioso. Agora ele conta com detalhes inéditos como aceitou o chamado divino, encontrou seu lugar sagrado de adoração e se tornou um "pastor de almas".

Você já leu e aprendeu muito com o pastor dos pastores. Agora você vai poder conhecer melhor sua vida dedicada à obra e sua história de fé e reencontro com o chamado.

Memórias de um pastor é a biografia inédita de um dos mais conceituados e celebrados pastores e teólogos contemporâneos, o relato de como ele se tornou a pessoa e o pastor que é.

Acreditamos em '"magos"

       È insensato  como procuramos um bode expiatório para um discurso politico.Parece que todos os problemas que afetam um país, estado ou uma cidade assume um corpo maldito em um passe de mágica em toda simplicidade numérica como 2+ 2 é igual a 4.E que o nosso País parece que não tem 500 anos de História e cuja característica mais predominante nesse período foi a instabilidade e ausência de grandes gestores que revelaram o lado real da nossa bandeira com o símbolo da desordem e retrocesso.

      Uma abordagem simplista na causa e uma solução mais ainda desconectada da real origem do problema.Somo o país do faz de conta, onde o problema nasce com a aurora e sua solução chega ao por do sol
      Acreditamos em magos, acreditamos em mágica, em políticos transvestidos de "messias" solucionadores de problemas.E por fim, a sociedade espera a mudança sentado a beira da praia vendo a banda passar.
E olha que ela sempre passa, pela TV, pela nossa cultura anestésica, pelo discurso do individualismo ou vaidade pessoal  ou pela máxima hedonista da vida onde o prazer é o fim de tudo e sua realização pessoal a máxima central : " Se estou bem os outros que se danem. 
     A sociedade assiste o seu próprio espetáculo da mediocridade e se satisfaz com sua própria miserabilidade em problemas básicos e em soluções mágicas oriundas sempre de um partido registrado pelo TRE e nunca do envolvimento coletivo de base.
     Nelson Rodrigues disse que sofremos do complexo do vira lata e achamos o mundo lá fora um paraíso e tudo que vem de fora é sempre atraente.Tem um certo sentido a aplicação deste complexo em como a sociedade trata suas soluções sempre no elemento de fora, seja o que for.
     Se o debate gira em torno de uma solução ideológica, de um partido, de um grupo, de uma oligarquia, de modelo salvacionista de governo é perda de tempo.Aqui o problema é mais embaixo e o que fica na superfície são apenas intenções Shakesperiana entre o que é e o que aparenta ser....

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

LANÇAMENTO O QUE O DINHEIRO NA COMPRA





Está já à venda no Brasil o mais novo livro de Michael Sandel, “O que o dinheiro não compra”. Como o próprio titulo entrega, a ideia é fazer uma crítica ao capitalismo em um sentido muito específico: no sentido de que esse é um sistema que permite que tudo vire mercadoria.
Sandel é famoso por suas aulas em Harvard, onde dá anualmente o curso “Justiça”. Nele, ensina aos alunos que existe uma “coisa certa” a ser feita. E, aqui, tenta ligar essa ideia ao conceito de mercado.
Para ele, não é lícito que tudo esteja à venda. E no livro ele vai tentar discutir isso. A proposta, pelo que entendi, surgiu quando Sandel entrou em uma discussão sobre se os Estados Unidos deveriam ou não vender vistos de permanência no país. Ele disse não e começou a escrever sobre o tema.
Serviço: “O que o dinheiro não compra. Civilização Brasileira. Tradução de Clóvis Marques. 240 páginas. R$ 29,90.

sábado, 1 de setembro de 2012

Uma nota para lembrança

Elogios póstumos sempre soa fora do tempo
Ora, temos uma vida toda para olhar nos olhos e dizer o que tem ser dito
em dimensionar a importância e valor da pessoa
Quando chega  o momento doloroso da separação nos curvamos
nas lágrimas e na abundância de palavras para expressar
as qualidades e a dignidade da pessoa e tentar justificar o vazio com palavras elogiosas
Com ZaBelê não tive elogios escassos em vida e também não terei no
seu sono (uso propositado aqui para expressar como Jesus definiu a morte)
A morte não deve calar e também  exagerar nos adjetivos, mas  revela nesse
momento o quanto é difícil suporta-la em arrancar o nosso bem mais precioso 
que é a vida;  e nesse momento particular , arrancar do nosso meio a figura carismática do nosso querido ZaBelê.  Seja como ela for definida como pulsar das batidas do coração ou as das correntes cerebrais,seja na visão tricotômica da natureza humana que nos conforta em crer em vida além da matéria ou no apelo da religião, ela sempre será dolorosa.Porém, o poder dela é limitado.Pode arrancar uma parte, mas não leva o todo
Ficam as lembranças, os momentos ao lado de quem amamos, a ajuda que prestamos e o que semeamos de verdeiro nesse mundo de tantas falsidades 
Com ZaBelê não lhe faltou amigos, um família agraciada com boas experiências,  muitas conversas agradáveis  e um jeito peculiar que definiu a sua pessoa como uma entidade .
O que  sobrou em intensidade e grandes amizades na sua vida  ,lhe  faltou  em dias
A vida tem esse sentido de caos onde nos sentimos hoje mais enriquecidos por relembrar sua mensagem e empobrecidos por não te-lo mais presente na nossa cidade altaneira  com sua imagem tão impregnada ao nosso cotidiano
E que apesar de qualquer menção, a dor é fato e o silêncio um sintoma da impotência, do gemido introspectivo  para não aceitar o inexorável e não admitir o inevitável.
A vida tem essa desordem tão pertinente onde  nesse momento o silêncio seria essa busca de sanidade diante da perda.. Somos conduzidos pela dor a reconhecer que nada dura e que cada segundo na vida deve valer uma eternidade
Ao nosso amigo ZaBelê que descanse em paz.

Um horizonte pouco democrático

Ah como soa tão doce a doce promessa no horizonte.
Um horizonte tão próximo e tão distante
Que se alimenta da esperança e nunca da razão.
Que é tão prático e tão emblemático
Que é um meio a um determinado fim
Um fim para poucos e cuja maioria se esgota no tanto esperar
Quem sabe um novo horizonte lá pode estar
Talvez mais uma desilusão ,ou quem sabe na hipótese menos provável:a tão esperada
solução.
WA

Exegese, por gentileza


    Uma distorção de uma frase fora do contexto pode alterar o pensamento e a intenção do autor.Muitos tiveram pensamentos corrompidos por citações extraídas do seus discursos.Na Bíblia , cuja interpretação esta cada dia mais banalizada e superficial os erros tem sido multiplicados pela ausência de um principio de interpretação correto segundo o pensamento geral do texto sagrado.Um exemplo disso é o salmo que diz "Bem aventurado a nação cujo Deus é o Senhor", cuja interpretação mais comum é de um de agenda de poder politico.E que seu sentido tem a ver com o poder politico e representação de evangélicos no legislativo e executivo.Evidente que um ponto questionável que não resiste uma olhar mais atento, seja do ponto de vista semântico ou teológico.
    No sentido semântico, nação não tem mesmo sent
ido de Estado.Enquanto a nação se une por elementos linguísticos, culturais e econômicos , o estado trata de um conjunto de poderes administrativos e políticos.Pode se ter nação sem estado e jamais um Estado sem nação. O sentido de nação vai muito além do mero poder politico do Estado; o outro elemento é o teológico que uma pausa mais demorada no pensamento central de missão da Igreja, sentido real da verdadeira transformação e o principio de reino na Escatologia.Onde não nos permite uma interpretação forçada á centralidade da ação Soberana no poder politico.Ou então, a justificativa de um estado religioso que governe para apenas um grupo ferindo um principio de uma sociedade multicultural e democrática.
     O engajamento politico faz parte do processo de qualquer sociedade saudável, agora uma teologia de domínio é uma falácia de argumentos.
Mais produtivo e transformador seria se o texto fosse individualizado como uma proposta moral,  de mudança de vida e ficasse assim:
Feliz (e revolucionário) o individuo cujo Deus é o Senhor..
WA

PENSAMENTO DO DIA

Na espiritualidade revolucionária de Cristo não existe "eu não posso fazer" e sim, "eu não quero fazer".A liberdade é total e a consciência é plena..
WA

O que fica depois de DiÓ?Pensamento da noite

Antonio , Eraldo e Marcelo( Aqui tá por ordem alfabética ) chegaram como postulantes ao cargo de Prefeito.
Mas, a grande pergunta que fica : Qual o verdadeiro legado do Prefeito Dió?O que Ele deixou de concreto e o que foi apenas promessa ?
Apenas um vento de estação que sucumbirá ao intentos não revelados de um candidato ,se chegar ao poder, ou uma liderança consolidada de força e articulação?
Ipirá com Dió ficou pior,melhor ou não mudou muita coisa?