sábado, 1 de setembro de 2012

Uma nota para lembrança

Elogios póstumos sempre soa fora do tempo
Ora, temos uma vida toda para olhar nos olhos e dizer o que tem ser dito
em dimensionar a importância e valor da pessoa
Quando chega  o momento doloroso da separação nos curvamos
nas lágrimas e na abundância de palavras para expressar
as qualidades e a dignidade da pessoa e tentar justificar o vazio com palavras elogiosas
Com ZaBelê não tive elogios escassos em vida e também não terei no
seu sono (uso propositado aqui para expressar como Jesus definiu a morte)
A morte não deve calar e também  exagerar nos adjetivos, mas  revela nesse
momento o quanto é difícil suporta-la em arrancar o nosso bem mais precioso 
que é a vida;  e nesse momento particular , arrancar do nosso meio a figura carismática do nosso querido ZaBelê.  Seja como ela for definida como pulsar das batidas do coração ou as das correntes cerebrais,seja na visão tricotômica da natureza humana que nos conforta em crer em vida além da matéria ou no apelo da religião, ela sempre será dolorosa.Porém, o poder dela é limitado.Pode arrancar uma parte, mas não leva o todo
Ficam as lembranças, os momentos ao lado de quem amamos, a ajuda que prestamos e o que semeamos de verdeiro nesse mundo de tantas falsidades 
Com ZaBelê não lhe faltou amigos, um família agraciada com boas experiências,  muitas conversas agradáveis  e um jeito peculiar que definiu a sua pessoa como uma entidade .
O que  sobrou em intensidade e grandes amizades na sua vida  ,lhe  faltou  em dias
A vida tem esse sentido de caos onde nos sentimos hoje mais enriquecidos por relembrar sua mensagem e empobrecidos por não te-lo mais presente na nossa cidade altaneira  com sua imagem tão impregnada ao nosso cotidiano
E que apesar de qualquer menção, a dor é fato e o silêncio um sintoma da impotência, do gemido introspectivo  para não aceitar o inexorável e não admitir o inevitável.
A vida tem essa desordem tão pertinente onde  nesse momento o silêncio seria essa busca de sanidade diante da perda.. Somos conduzidos pela dor a reconhecer que nada dura e que cada segundo na vida deve valer uma eternidade
Ao nosso amigo ZaBelê que descanse em paz.

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