domingo, 10 de outubro de 2010

Um suicidio, a tristeza, uma esperança


Não é um dia qualquer quando você visita uma família que foi surpreendida com a noticia do suicídio de seu filho mais velho.Não é um dia qualquer quando você consegue ver de frente uma tragédia de negação da vida e te faltam palavras para expressar algum consolo.Me pergunto, como? Como alguém pode cometer tão insultoso ato a própria vida, não pesando em sua decisão, dois filhos , uma esposa e uma família que o amava.O suicídio é um ato que não têm justificava em hipótese alguma.È uma afronta e negação ao valor da vida.
Esse jovem de 25 anos cometeu um ato  que deixa a impressão de covardia e falta de fé.Fé que nenhum problema é irremediavel e nenhuma situação por mais triste e desesperadora não seja passageira.
A questão é que esse ato de suicídio do jovem, é a ponta de um problema cuja complexidade de números, dados e estudos, revelam que o homem deste século é triste .Apesar de  avanços em todas as áreas , o homem  é refém de seus próprios desejos, e de sua ânsia na busca por algo que nunca está perto.È o vazio existencial de um ser que busca justificativas para viver..Um homem que aprendeu a viver sem prazer, sem encanto e sem razões
Um homem triste, melancólico, atordoado  a ponto de explodir pelas exigências de uma sociedade objetivada pelo ter, pela posse, e por algo que está sempre com o outro.È uma busca que não trás prazer, divertimento e que o preço é a sua própria alma nessa jornada.
O homem desse século possui riquezas, mas é pobre de valores,têm ânsia por ter e  escassez de motivos para fazer alguma coisa pelos que padecem.O homem que aprendeu a  “aprender”, e a “ganhar”, mas não a devolver para os outros, aqueles que precisam de ajuda em meio a sua agonia e desespero em não ter dignidade para viver.Que é um  campo fértil para aqueles que estão com “os celeiros cheios’,a  aprender a compartilhar, ajudar e encontrar sentido para a vida.
A corda  aqui sai como  a principal simbolo dessa Historia e ceifa mais uma vida.Ceifa o sonho de uma família e as lagrimas tem sido a única resposta para esse momento.Eu, na minha humilde posição, não tenho muito o que dizer, a não ser prantear e consolar a família.Um consolo cada dia mais complexo e assustado diante do rumo que a humanidade caminha,sem direção, aleatória aos valores da vida e  totalmente submissa a desejos doentios.E que nessa tristeza generalizada de um mundo pós-utopias, possamos nos reencontrar e transformar da vida uma opção pelo inacreditável, pelo belo, pelo encanto e pela objetividade de propagar alegria.Que nesse reencontro, possamos ver no próximo uma extensão da nossa missão na terra, como fonte de prazer e o desafio de diminuir as desigualdades e as injustiças
Se temos um desafio desses, nunca perderemos a vida em si.Sempre teremos uma razão para a nossa felicidade, a responsabilidade  com próximo.
Assim como um corda começou essa  Historia revelando um fim de uma vida, um sorriso imaginário de uma criança agraciada com uma ajuda voluntaria, representa o recomeço dela.O elo perdido  da vida, de que esse quadro complexo e assustador do mundo moderno  possa ser o recomeço de uma nova visão de humanidade e do próximo.Além de qualquer dogma, cor, status , mas pelo reconhecimento que cada um trás em si a “ imagem de Deus” .Nós somos essa imagem.E que essa verdade possa ser a diretriz de todas as decisões.Com certeza, essa será a maior revolução de todas, a revolução em favor da vida
WA


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