domingo, 13 de fevereiro de 2011

Poesia e dor.Dor e poesia


    
                    Poesia e dor.Dor e Poesia








A Historia da poesia me lembra Carlos.Carlos que descrevia tão perfeitamente em versos a dualidade da vida, suas contradições, do inevitável   com a dureza da realidade.De não  negá-la   com uma visão romântica e simplista  e de não deixá-la de viver em suas contradições e dilemas.Carlos era a voz de milhões de brasileiros  nos “brasis” do Brasil.Ele incorporava muito bem o lamento das conseqüência de um homem perdido em meio a dor , a angustia e  da ausência de respostas ."E agora José? Com a chave na mão quer abrir a porta, mas não existe porta."..Versos  do Carlos que  descreve uma maneira existencial de ver o próprio homem em sua limitação, em sua insuficiência diante da dor, do choro, da tragédia e  do  inesperado.
Carlos é o nosso poeta, um dos mais completos da poesia nacional, símbolo da superação, do jeito inteligente e sensível de fazer da realidade humana o material para sua poesia. Poesia e dor é a ordem do nosso Carlos.Se podemos falar dele que  da poesia  extraiu versos tão perfeitamente ritmados, podemos falar do outro José que tirou da  sua própria dor a substancia da   poesia.É preciso falar do  exemplo daquele que não se entrega assim tão fácil, do mito que encarna a batalha que precisa ser vencida, dar dor do poeta da esperança , para que os outros  acreditem sempre mesmo não tendo” porta.”Afinal coisas extraordinárias só acontecem com pessoas extraordinárias.
 ‘Se você cansasse, se você morresse... Mas você na morre, você é duro José ”.A poesia do Carlos encontra  na vida literalmente o seu "José".O José de Alencar  que luta  contra o câncer nos rins e na próstata, que foram retirados há mais tempos, e as sucessivas cirurgias no abdome, que já dura dez anos, contrariando todos os dogmas da medicina.O José que começou a trabalhar com 14 anos de idade.Que aos 18 anos abriu sua lojinha, e já foi vendedor e atacadista sempre mantendo a esperança mesmo quando não existia “porta”.O José de origem humilde que venceu no mundo do empresariado, sem perder a ética e o amor a  vida..Aquele” José “que tem na alma dos que não desistem nunca  diante da demanda de coisas sem respostas  e da sua perene incapacidade de lidar com as situações da sua existência.
O "Jose´"do  pobre, lutador, arquétipo do  anseios  da alma dos milhões de brasileiros honestos que nunca    desistiram ou buscaram atalhos para vida fácil através da desonestidade.
“Você marcha, José’.Assim caminha o exemplo do ex vice presidente José Alencar.Marchando para um luta desconhecida, cujo inimigo é a nossa própria fragilidade, o principio da brevidade da vida, de um luta que não existe vencedor.Todos morremos e todos sabem disso.Porém, o instinto da vida reflete nessa figura que já entrou para historia ,na apenas como um grande político, conciliador, articulista,mas como o homem que mesmo diante de uma situação difícil, nunca se entregou.Nunca saiu de sua boca uma palavra de desânimo e derrota.Sempre  frases como,” Deus sabe de todas as coisas “ e que retrata  perfeitamente    bem a sua fé na própria vida.
Pois é Drummond, encontramos  o  José, o que não  se cansa, o que não geme.O José, que ecoa na vida  de milhões de pessoas que procura encontrar em alguém uma mensagem de poesia em sua dor .E o José de Alencar já deu a sua: a da vida.A vida que merece ser conquistada todos os dias, mesmo quando ela parece que pode ser arrancada de nós

Waldeck Alves

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