sábado, 22 de novembro de 2008

O AMOR CAPITALISTA


Na Índia existe uma desproporção demográfica enorme entre mulheres e homens.Como lá , a família da moça tem que pagar um dote para o marido, muitas famílias não querem ter meninas.E usam do aborto e outras formas de assassinato para evitar que sua condição social cai mais ainda com o pagamento do dote.O governo já proibiu a ultrasonografia e ao contrário da ordem comum das coisas, as famílias dos noivos já estão pagando por mulheres, que é uma afronta ao costume indiano de que a mulher está a serviço do Homem.Homem na Índia deve ser tratado pela esposa como Deus, através do zelo e da dedicação e da submissão.Uma das provas desse " amor", é a mulher comer com os restos de alimentos do homem.Como a Índia está sendo influenciada hoje , por uma economia de mercado que determina novas mudanças de comportamentos em um ambiente mais aberto ao contato com o transcultural, o que se pode perceber é uma mudança na relação homem-mulher.Os carinhos em públicos antes proibidos, agora pode ser visto em alguns casais de namorados em uma praça.Essa mudança é paralela a mudança na cara do país em se integrar a globalização. Nada de milagres ou mudanças súbitas, o processo de adequação ainda é lento em um país marcado por um força descomunal de uma identidade Hinduísta.Onde a própria palavra Índia têm o mesmo sentido de Hindu em persa.E o Hinduísmo é mais do que uma religião, é uma aglomeração de estilos, crenças e culto.E que mesmo na vida homem-mulher cerceia todas as liberdades e escolhas.
No ocidente, essa relação homem-mulher já teve essa conotação mercantilista,onde a mulher era comprada ou usada para arranjar casamentos em busca de Ascenção social da família.Não existia namoro, ou uma escolha baseado na paixão ou química, o critério era a troca.A mulher era um produto qualquer, sem vontade própria, criada para aumentar o potencial económico e social da família. O amor romântico como conhecemos hoje, onde a escolha consciente é marcada por uma liberdade de seguir o coração, é recente.E contraditoriamente ao esperado, foi o avanço da modernidade e do capitalismo que remodelou toda essa relação social.A mulher ganhou o status de ser cortejada e seduzida.Não era apenas mais um contrato, era preciso ter sentimento e amor para manter uma relação.Com isso , o casamento ganhou ares de uma instituição marcada pela decisão de duas pessoas e não mais de várias.Com esse advento do amor romântico, a liberdade de escolha tinha chegado a relação.
Portanto, a modernidade trouxe os rompimentos das amarras mercantilistas da relação homem e mulher, com isso veio um novo tempo onde mesmo sem garantia de acertos, corriam os riscos da escolha.È melhor a escolha com todo risco que implica, do que o homem e a mulher serem subprodutos de uma alienação social onde suprimiram o desejo e a vontade de escolha de quem estaria ao seu lado, compartilhando seus objetivos,sua vida sexual e seus sentimentos. O contraditório capitalismo em suas adequações involuntárias deu a mulher e ao homem o ideal romântico tão venerado por poetas, filósofos e escritores e que dali em diante não seria apenas ficção, mas realidade.
Com essa liberdade de escolha consequência de uma visão mais antropocêntrica , as algemas da relação puramente mercantilista foram quebradas e trouxe um novo status social par os enamorados.O da condição de querer e ser desejado por parte supostamente iguais e não por manipulações de interesses maiores , do que a felicidade do próprio casal.E que viva o amor romântico!!

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