terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um Homem que amava a leitura: Juracy Dutra


Um homem de perguntas, incompreendido e acima da capacidade comum de enxergar o comum.Em outro ambiente, seria um pensador , uma referência na arte de pensar.Do contato com letras, com estilos diversos de autores, ele emerge em sua mais completa naturalidade discutindo assuntos mais variados, impondo seu ponto de vista sem forçar uma animosidade do ouvinte pela forma e o estilo de dizer.
A arte de ler e pensar em nossa cidade tem desacelerado, mas existe um pequeno grupo que ainda faz alguma coisa para permanecer vivo um movimento contrario a tendência de uma cidade que se uniformiza e se submete a estúpida ditadura do não pensar.
São poucos que caminham por por lugares diferentes e que clamam por um redescobrir de um fôlego sufocado pelo desgaste da Historia simplista e banal do nosso destino.Muitos caminham assim, aceitando esse destino e como se fosse uma passarela para um desfile medíocre para quem assiste e exuberante para quem desfila.,atrofiada pelo comodismo dos iguais,dos que cansaram em ser minoria e aceitaram morbidamente o próprio destino, escrito sem conteúdo, sem forma e sem direção.
Nem só de pão e circo se constrói uma cidade, mas de arte e do estimulo ao pensamento criativo.
Queremos idéias, rejuvenescimento apartidário,argumentos convincentes e um dialogo de construção de todos.Queremos fôlego, nessa corrida,queremos fôlego.
E nessa corrida, perdemos um filosofo por natureza,um auto-didata da arte de pensar.Ele era contra a tendência da cultura de massa e bestial que monopolizou os neurónios da cidade altaneira.Ou da pseudo historia maniqueísta de duas visões de futuro,jacu e macaco, de ver o amanha desse pedaço de terra.Um homem de ideias, movido pela ânsia de aprender e que muitas vezes, como acontece com a aqueles , pagou o preço de não ter preço.
A ele, Juracy Dutra , um filosofo por natureza,deixo um artigo de tristeza,de um sentimento de que a ideia perdeu um veiculo da comunicação,um reprodutor do mundo fascinante da leitura.Ele que defendia o livro, o prazer da leitura como uma forma eficaz de enxergar as dimensões do aparente,deixa a sua impressão de que essa vida não acabou.Quando abrir um livro, encontrarei sua marca de um amante da leitura,encontrarei uma saudade que não se define por momentos breves da nossa súbita passagem pela terra,mas de ter certeza que o  essencial  é invisível aos olhos.
Como um livro foi uma viagem rápida nos olhos desse ilustre leitor, fica aqui aquela frase de um domingo qualquer no papo descontraído, onde ele desabafa :” A vida é tão rápida que não chega a ser breve”.Abreviados amigo Juracy,mas não esquecidos.Não esquecidos!!

2 comentários:

Alberto Pires disse...

Deck

"As pessoas comuns pensam como passar o tempo.Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo."
Juracy soube muito bem como usar o seu tempo,dedicando totalmente a leitura,muitas vezes pude conversar com ele sobre isso,fica em nós um exemplo de um homem coerente com sua forma de viver...
Muita luz a sua familia,sei como é dificil esse momento,mas acreditem para preencher a saudade vem as lembranças e isso acalma muito...

Alberto Pires

Unknown disse...

é com o coraçao despedaçado que escrevo aqui pois soube do desaperecimento de Jura, meu tio Jura somente hoje porque moro longe, do outro lado do Atlantico, na França. Tenho tentado ligar para Ipira, pra tia Regina e nao consigo, quero falar com Dinha a esposa de meu tio e nao consigo. Jesus, que coisa mais triste é perder alguém que a gente ama quando se mora no exterior. A dor é maior pois ela nao pode ser dividida com a familia. Agradeço a Bete da escola de minha tia Regina que me falou do blog e da homenagem a Jura. Foi assim que de blog em blog achei este aqui com essa outra homenagem. Essas coisas tao lindas ditas por voces todos mostram o ser humano tao bom que ele sempre foi e de uma certa forma funcionam como um balsamo para acalmar a minha dor.
Jura, Jura, meu tio querido, a chama da vela perfumada que acendi desde que soube é uma prece cheia de amor. Durma em paz!
Virginia Dultra Marques